Luzes sobre os tempos do velho engenho de Santos

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No próximo sábado (23), caso não chova na Baixada Santista, um espetáculo de videomapping acontecerá às 19h na Vila São Jorge, Zona Noroeste de Santos, intitulado “História, Luz e Som – Memórias de um Velho Engenho”, iluminando as ruínas históricas do chamado Engenho São Jorge dos Erasmos. A iniciativa deste evento luminoso e musical parte da USP, através de sua Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária e com financiamento do BNDES, para valorizar essa edificação que foi importante testemunho histórico e arqueológico e, de quebra, para aguçar a sensibilidade de qualquer visitante interessado em nosso passado.
 
Videomapping é uma técnica narrativa que une imagens em sincronia com trilhas musicais e paisagens sonoras, já muito conhecida de frequentadores da Praça do Comércio, em Lisboa, e permite uma experiência envolvente para o público. As ruínas do Engenho dos Erasmos, em estado bruto, são cenário perfeito para a projeção audiovisual, para que o espectador possa explorar a dimensão histórica do local. É uma mistura de Arqueologia, História e Arquitetura para olho e ouvido nenhum botar defeito, por temas dos primeiros dias de um Brasil menino, como o ciclo da cana de açúcar no Brasil, escravidão, os povos indígenas e muitos outros. A apresentação ocorrerá neste dia 23, caso contrário irá para datas no primeiro semestre de 2020.
 
Tombado em todas as instâncias (IPHAN, CONDEPHAAT e CONDEPASA), o Engenho dos Erasmos, construído em 1534, é a evidência física mais antiga da presença europeia em solo brasileiro. Seus dias retomam a época de ninguém menos do que o almirante e donatário da Capitania de São Vicente, Martim Afonso de Sousa, cuja chegada dois anos antes, marca oficialmente o ponto de partida da produção açucareira em escala industrial na então colônia portuguesa na América.
 
Muito antes de ser um monumento nacional e sítio arqueológico, o Engenho dos Erasmos pertenceu a uma poderosa família sócia de Martim Afonso, os Schetz, de Antuérpia (Bélgica), no século XVI. A edificação virou centro de pesquisa, cultura e extensão da Universidade de São Paulo a partir de 1958, transformou-se num imenso espaço turístico-cultural que oferece atividades gratuitas (como o videomapping do próximo dia 23 de novembro) e outras como saraus, oficinas, cursos, palestras e concertos. Portanto, trata-se de um engenho de açúcar dos primórdios da nossa História para que o visitante possa percorrer como se estivesse numa máquina do tempo. Para maiores informações, acesse http://www.engenho.prceu.usp.br/.