A Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo (Setur-SP) realiza em Registro, neste sábado (26), a partir das 11h, a 3ª edição da Semana Festival Sabor de SP, um projeto da Setur-SP, em parceria com Mundo Mesa e Senac São Paulo.  A iniciativa busca explorar durante os dias 20 a 26 de agosto o turismo gastronômico da Rota Vale do Ribeira (Regiões Turísticas Caminhos da Mata Atlântica, Cavernas da Mata Atlântica e Lagamar), que está entre as 10 Rotas Gastronômicas do Estado.
O programa começou apresentando para jornalistas, influenciadores e agentes de turismo convidados locais de interesse, entre sítios, fazendas, cachaçarias, cooperativas agrícolas, bares e restaurantes, instalados nas cidades que compõem a Rota Gastronômica. Nesta sexta-feira (25), profissionais da gastronomia e do turismo participam de uma capacitação na sede do Senac Registro, em que serão abordados temas como empreendedorismo, normas de inspeção, crédito para inovação nos negócios e um panorama sobre turismo rural. A tarde termina com uma aula-show da madrinha da rota, Morena Leite, chef de cozinha brasileira sócia do grupo Capim Santo. Para fechar a semana, no sábado (26), o Festival Sabor de São Paulo tem entrada gratuita e recebe o público em geral com muita comida e bebida, além de apresentações musicais.
“O programa Sabor de SP divulga a diversidade gastronômica do estado de São Paulo, realçando a autenticidade, a cultura e a história da gastronomia paulista. Ao todo, serão dez semanas de evento até 2024, percorrendo cada uma das rotas gastronômicas reconhecidas pelo Estado e que aquecerão a economia de 28 regiões turísticas do Estado”, declarou o secretário de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo, Roberto de Lucena. O evento já passou por Campinas e Ribeirão Preto.
Na feira gastronômica, realizada no Senac Registro, das 11h às 17h, conhecedores e entusiastas das delícias produzidas na região podem degustar diferentes pratos, quitutes e bebidas de diversos empreendedores locais. O dia será animado pelo músico Packaw, que recebe Julio Poeta e apresenta seu trabalho próprio sobre existencialismo, preocupação social e ambiental, além de retratar toda a beleza do Vale do Ribeira. Também se apresenta o grupo Vozes do Feminino, um coletivo de mulheres que cantam e contam suas experiências na luta por igualdade, respeito e direitos da mulher.
Abaixo, a lista dos produtores e estabelecimentos expositores do Festival de sábado:
 
Sítio Shimada (Registro)
Quando o Vale do Ribeira chegou a ter mais de 600 produtores e 40 indústrias trabalhando com o processamento de chás, o sítio Shimada fornecia matéria-prima para a família Amaya, que trabalhava em escala industrial. Com a concorrência internacional e a crise do chá, na década de 90, a maioria dos produtores deixou o ofício de lado, mas a matriarca da família, dona Ume Shimada, não permitiu que as plantações fossem destruídas. Em 2014, a família inaugurou sua Fábrica Artesanal de chá preto, de manejo orgânico e agricultura familiar, e após 2019, de chás branco e verde. O sítio tem um espaço dedicado a receber turistas para degustar os seus produtos e conhecer a propriedade.
Palmito da Fazenda - Fazenda Green Buffalo (Registro)
Localizada no Vale do Ribeira, às margens da Rodovia Régis Bittencourt, a Fazenda Green Buffalo foi inaugurada em 2017 e funciona como restaurante, hamburgueria e empório. O lugar oferece pratos preparados com produtos do Palmito da Fazenda, livres de conservantes e agrotóxicos, que está no mercado há mais de 20 anos. Caso da lasanha, feita com lâminas de palmito pupunha, queijo cottage, muçarela e molho à bolonhesa. Também é possível levar para casa espaguete de palmito, o corte carpaccio, o tolete, a haste de palmito, entre outros. Já os fãs de carne podem pedir a picanha de búfalo servida na chapa com cebola, acompanhada de arroz, farofa, batata rústica, salada e molho barbecue. As carnes in natura estão disponíveis para serem levadas para casa, bem como queijos e doces com leite de búfala.
Rancho Sertanejo (Juquiá)
Localizado na área rural de Juquiá, em uma região com rica flora e fauna, o Rancho Sertanejo reúne pesca esportiva, trilhas, cavalgadas em grupo, além de ótima comida caseira preparada no fogão a lenha por Roseli Cordeiro, que foi motorista de carga pesada até 2017. Hoje, via agendamento com antecedência de cerca de 48 horas, o casal recebe grupos entre 10 e 100 pessoas. No cardápio, não falta a moqueca sertaneja, preparada com palmito, que Roseli aprendeu durante um curso de gastronomia regional do SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) em parceria com o sindicato rural. O palmito aparece ainda em diversos preparos, como na lasanha, no espaguete, no talharim e na linguiça. Há um espaço para os visitantes passarem a noite.
Pousada Rural Ouro Verde (Eldorado) Comandada pelo casal Arlete de França e Santino de Borba, a fazenda é visita obrigatória para quem quer conhecer de perto a produção de frutas de qualidade. A banana é o carro-chefe, com cerca de 100 mil pés plantados, além de mais de 50 variedades de frutas, como goiaba, acerola e amora. O casal toca a propriedade há 22 anos e o faz com muita paixão. É possível saborear no almoço uma comida caseira da melhor qualidade, cheia de frescor, com peixes pescados do Rio Ribeira de Iguape quase que na hora da refeição. Há também suítes para quem quer passar alguns dias em contato direto com a natureza.
Rosilene de França (Apiaí)
Uma pessoa muito doce e acolhedora, Rosilene gosta de compartilhar seus dotes gastronômicos. No fogão a lenha, prepara pastéis de farinha de milho recheados com carne e com queijo, além de outros salgados e doce de banana. O Pastel de Farinha de Milho é patrimônio cultural da cidade de Apiaí e Rosilene é uma cozinheira de mão cheia que honra a tradição da cidade.
 
Vale dos Pupunhas – Palmitolândia (Iporanga) O Vale dos Pupunhas, na estrada entre a Barra do Turvo e Iporanga, é comandado pelo casal Fábio Mayer Braga e Anna Gabriela Araujo. Centenas de palmeiras compõem o terreno, de onde é retirado o palmito pupunha usado no preparo de lasanha, pizza, salada, macarrão, torta e até ceviche. Destaque para o palmito assado na brasa, temperado apenas com um pouquinho de azeite, sal e limão.
Restaurante Manjuba & Cia (Ilha Comprida)
Comandado por Silvana Cristina de Aguiar Souza, chef que vem de uma família de pescadores de Iguape e trabalha com gastronomia há mais de 20 anos, este restaurante de Ilha Comprida nasceu há 5 anos e era para ser apenas uma filial de sua empresa de processamento de alimentos e eventos gastronômicos, o Píer Manjuba & Cia. Hoje, além de entregar moquecas, casadinho de manjuba, espetinhos, entre outros produtos, no Vale do Ribeira, em Santos, Guarujá e em alguns pontos de São Paulo, recebe, principalmente, turistas do off-road que passam pelo circuito Lagamar e se deliciam com um dos três menus oferecidos.
Restaubar Ostras e Cataia (Cananéia)
No comando do Restaubar está a família Coutinho, que oferece desde 2015, para os turistas que passam rumo às cachoeiras e moradores locais, refeições simples a preço justo. Sidney Coutinho e sua mãe, Irene, contam que a comunidade onde vivem em Cananéia é remanescente de quilombo e vive do extrativismo da ostra. Antes do restaurante, o produto era apenas comercializado por eles in natura, mas depois de ver os filhos mais velhos comendo a ostra assada com farinha de mandioca, Irene criou uma farofa que passou a fazer parte de diversos festivais na cidade. A receita leva cebola, alho, cheiro-verde e a ostra fervida.
Cachaçaria J.Rios (Cananéia)
A cachaçaria artesanal é o comércio mais antigo de Cananéia. Era tocado por João Rios, daí o nome da empresa atualmente comandada por sua filha Perla. Rios gostava muito de preparar infusões nas cachaças. Ele misturava a aguardente com goiaba, banana e outros ingredientes, mas foi a cataia, planta típica e abundante na região, que deixou o lugar famoso. A J.Rios não produz a própria cachaça, apenas utiliza exemplares de ótima qualidade para preparar os mais de 100 sabores vendidos. O lugar é parada obrigatória na cidade e tem público predominantemente feminino.
Restaurante Na Canoa (Cananéia)
Patrick San é quem comanda de perto o Na Canoa. Ele vem de uma família já envolvida com gastronomia – sua mãe, Bete Pêgo, é dona de uma das casas mais tradicionais de comida regional de Cananéia, o Bacharel –, estudou no Senac e aprofundou-se em culinária oriental na Nova Zelândia e em São Paulo. É ele quem pesca os peixes servidos no restaurante e para que não tenha desperdício, trabalha somente com reservas às terças, quartas-feiras e finais de semana. Para Patrick, o melhor cliente é aquele que chega ao restaurante e lhe dá liberdade para trabalhar com o que tem de mais fresco no dia. No Rotas Gastronômicas, o chef apresenta um tempurá de shisô, cujas folhas são cultivadas em seu quintal, com “batidinho” de robalo fresco com tabasco e ovas.
 
Innsbruck Cervejaria (Jacupiranga)
Depois de experimentar uma "cerveja caseira ruim" em um casamento da família, Ronaldo Kindlemann decidiu reescrever a própria história etílica. Foi fazer um curso em Campinas e iniciou uma pequena produção em sua própria casa. Em 2019, abriu a cervejaria Innsbruck trazendo para Jacupiranga a influência de uma cidade relacionada à sua herança austríaca.
Nishidate Artesanal (Iguape)
Marli Nishidate começou a produzir sua Geleia de Banana em 2013 e comercializa o produto na tradicional Feira do Produtor Rural, aos domingos, no Centro Histórico de Iguape. Sua receita segue a tradição caiçara e valoriza ao máximo a fruta, uma das mais emblemáticas da região.
 
Sabores da Juréia (Iguape)
Sorveteria artesanal dedicada aos ingredientes locais fundada em 1986. Entre as especialidades da casa está o sorvete de banana da Juréia, um que não pode sair do cardápio. Dependendo da época, o cliente pode encontrar sabores feitos à base de leite de búfala, como o de iogurte grego com amora e o de lichia. 
Restaurante A Restinga (Ilha Comprida)
Localizado dentro do Sítio Cardoso Trincheira, o restaurante A Restinga (anteriormente chamado de Panela Caiçara) tem um famoso bolinho de camarão e catupiry que por si só vale a visita. Mas há muito mais a se desfrutar, como os peixes frescos grelhados e as caipirinhas, sem falar da vista para o mar.
Paladar Raiz (Iporanga)
Unindo boa gastronomia e simplicidade, o restaurante se alimenta da mistura ancestral brasileira de indígenas, africanos e portugueses para oferecer opções criativas de petiscos, pratos e até menus-degustação. Ali também sempre se encontra ótimas alternativas para quem não quer comer carne. Um exemplo é o pastel com recheio de coração de bananeira, que se assemelha a carne desfiada.
Serviço:
Local: Senac Registro - Rua Teiti Koki, 105 - Vila Flórida, Registro – SP
Datas:
Sexta-feira (25/08): das 9h às 18h
Sábado (26/08): das 11h às 17h (aberto ao público)
 
 

 
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